Árvore inerme, perenifólia, heliófila, funcionalmente dioica, resinífera, até 8 m de altura e 25 cm de DAP; entrecasca, folhas e frutos com odor de terebintina. Ritidoma cinzento ou pardacento, muito dividido e descamante; casca interna rosada a avermelhada. Madeira dura, marrom ou castanha. Folhas alternas, glabras, imparipinadas, com raque alada e 5-11 folíolos, sésseis, ovados a elípticos, com 2,5-5 x 2-3 cm. Inflorescências paniculadas, glabras, com 5-12 cm de comprimento. Flores pequenas, branco-amareladas, diclamídeas, pentâmeras, masculinas e femininas na mesma inflorescência. Frutos globosos, com 4-5 mm de diâmetro, monospermos, com epicarpo róseo ou vermelho, quebradiço. Sementes assimétricas a reniformes, marrom-claras, com ±-3 mm de comprimento.
Predomina na parte da faixa costeira brasileira compreendida entre os estados do Ceará e do Rio Grande do Sul, mas se estende ao interior de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais, aparecendo nos remanescentes florestais ainda existentes no contato do Cerrado com a Mata Atlântica. É encontrada em vários outros estados brasileiro e até mesmo de outros países, introduzida pelo homem como planta ornamental, medicinal e fonte de condimento.
O período de floração na maioria das populações vai de agosto a março , com parte dos indivíduos florescendo mais de uma vez no ano. O período de maturação dos frutos normalmente se estende de março a outubro. As flores são polinizadas por abelhas e, secundariamente, por vespas e moscas. As sementes são dispersas por aves, sendo as saíras as mais vistas nas árvores com frutos maduros.
Fornece madeira com boas propriedades físico-mecânicas, mas devido à tortuosidade e ao pequeno comprimento dos troncos, é utilizada basicamente em construção de cercas, confecção de peças decorativas e como lenha e matéria-prima para produção de carvão. As flores são fonte de néctar e pólen para abelhas melíferas, e os frutos entram na dieta de diversas espécies de aves silvestres. Os frutos com as sementes são usados como condimento na culinária brasileira e estrangeira. A entrecasca, as folhas e os frutos são utilizados na fitoterapia popular contra uma série de doenças e possuem potencial para uso em produção de remédios e cosméticos, como demonstrado nos trabalhos de Carvalho et al. (2013), Gilbert & Favoreto (2011) e Gomes et al (2013), abaixo referenciados. A espécie é indicada para arborização urbana e rural; recomposição de áreas desmatadas; estabilização de taludes, encostas e vocorocas; e formação de coleções de plantas medicinais e condimentares.
S. terebinthifolius pode ser multiplicada por sementes e por estaquia. As sementes são extraídas esmagando-se os frutos em uma peneira de malha fina, a fim de remover a casca, e depois lavando-as em água corrente, para eliminar substâncias que podem interferir na germinação. Após 2-3 dias de secagem à sombra, elas podem ser postas para germinar em canteiros contendo substrato argilo-arenoso, para posterior repicagem das plântulas, ou em saquinhos de polipropileno ou tubetes de tamanho médio. As plântulas geralmente crescem rápido e aos 4-5 meses de idade já pode ser plantadas no campo. Na multiplicação por estaquia usa-se seções de ramos finos ou de raízes de 20-30 cm de comprimento, mas como a formação de mudas por sementes é considerada mais fácil esse método é pouco utilizado.
Superfície do ritidoma de um tronco bifurcado. Botucatu (SP), 29-09-2018
Inflorescências. Botucatu (SP), 29-09-2018
Frutos maduros. Taquarituba (SP), 28-09-2018
LITERATURA:
CARVALHO, M.G. et al. Schinus terebinthifolius Raddi: chemical composition, biological properties and toxicity. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.15, n.1, p.158-169, 2013.
GILBERT, B. & FAVORETO, R. Schinus terebinthifolius Raddi. Revista Fitos, v.6, n.1, p.43-51, 2011.
GOMES, L.J. et al. Pensando a biodiversidade: aroeira (Schinus terebinthifolius Raddi). São Cristóvão (SE): Editora UFS, 2013.
LENZI, M. & ORTH, A.I. Fenologia reprodutiva, morfologia e biologia floral de Schinus terebinthifolius Raddi. (Anacardiaceae), em restinga da Ilha de Santa Catarina, Brasil. Biotemas, v. 17, n. 2, p. 67-89, 2004.
LORENZI, H. 1992. Árvores brasileiras: Manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa (SP): Editora Plantarum, v.1., 1a. ed., p.8.
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Silva-Luz, C.L.; Pirani, J.R.; Pell, S.K.; Mitchell, J.D. AnacardiaceaeinFlora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB603067>. Acesso em: 13 out. 2023.
ZONA, S. 2015. The correct gender of Schinus (Anacardiaceae). Phytotaxa, v.222, n.1, p.75-77.
Schinus terebinthifolia Raddi was last modified: outubro 13th, 2023 por Benedito Alísio da Silva Pereira