Árvore inerme, caducifólia, heliófila, monoica, com exsudato incolor, de até 15 m de altura e 50 cm de DAP. Casca muito espessa; ritidoma cinzento ou pardacento, lenticelado, suberoso, com fissuras e sulcos largos, irregulares e descontínuos; casca interna branca, com uma camada amarela no contato com o ritidoma. Cerne amarelo-claro a brancacento, leve, mole, de textura fina. Râmulos espessos, suberificados, com cicatrizes de folhas. Folhas alterno-espiraladas, bipinadas ou tripinadas, imparipinadas, glabras, com estípulas interpeciolares; raque de 30-60 cm de comprimento, lenticelada no pecíolo e no pulvino, com 4-8 pares de pinas de 12-20 cm de comprimento, as intermediárias com 7-9 folíolos, as do ápice unifolioladas e as da base subdivididas em pínulas trifolioladas; folíolos opostos, membranáceos, ovados, acuminados, de margem serreada e de 4-8 x 2-4 cm. Inflorescências vistosas, de 8-12 cm de comprimento, formadas por umbelas agrupadas ao longo dos râmulos. Flores brancas, diclamídeas, pentâmeras, andróginas, perfumadas, de 4-5 mm de comprimento. Frutos subglobosos, polispermos, suculentos e arroxeados e de 6-8 x 5-6 mm quando maduros. Sementes amarelentas, luniformes, planas, de 3,5-5 x 2-2,5 mm.
Ocorre na Argentina, Paraguai, Bolívia e Brasil, com registros de presença nos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo Minas Gerais, Goiás, Bahia e Paraíba. Tem sido encontrada no centro-leste e no sul do Cerrado, em florestas subcaducifólias situadas em solos profundos e em florestas caducifólias vinculadas a afloramentos de calcário.
Perde as folhas no começo da estação seca; brota e floresce entre o fim de agosto e o início de novembro, com folhas novas; e apresenta frutos maduros entre março e maio. As flores são frequentadas por uma variedade de insetos, com destaque para abelhas de pequeno e médio porte. As sementes são dispersas por pássaros e mamíferos arborícolas.
Fornece madeira macia e consistente, usada localmente em confecção de caixotes, caixas para doces, molduras, esculturas, tamancos, brinquedos, gamelas e colheres de pau. Os frutos servem de alimento para pássaros, primatas e provavelmente outros mamíferos arborícolas. As flores oferecem néctar e pólen aos seus visitantes. A espécie é indicada para arborização urbana e rural, recomposição de áreas desmatadas e plantios destinados à produção de madeira leve, de múltiplos empregos.
As sementes possuem dormência, mas germinam bem quando são retiradas de frutos completamente maduros, lavadas e enterradas sob uma fina camada de substrato argilo-arenoso. A prática indica que estacas retirada de ramos anótinos no período de repouso das árvores (junho-agosto) e plantadas nesse tipo de substrato apresentam boas taxas de brotação e enraizamento.
A. warmingiana ocorre em uma significativa parte da área de abrangência do Cerrado, mas se restringe a algumas disjunções florestais que foram alteradas pelo homem e hoje estão reduzidas a fragmentos de pequenas dimensões, muito sujeitos a novas interferências antrópicas, incêndios e invasões de gado. As informações disponíveis indicam que a sua representatividade em unidades de conservação de proteção integral nesse bioma é baixa.
Árvore em floresta estacional caducifólia convertida em pastagem. Posse (GO), 14-11-1996
Superfície do ritidoma e cor da casca interna. Posse (GO), 14-11-1996
Folha. Divinópolis (GO), 30-11-2008
Inflorescências. Posse (GO), 10-09-2004
Frutos imaturos. Araguari (MG), 07-04-2019
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Aralia warmingiana (Marchal) J. Wen was last modified: março 11th, 2023 por Benedito Alísio da Silva Pereira