Sinônimo: Myracrodruon urundeuva M.Allemão
Aroeira, aroeira-do-sertão, aroeira-preta
Árvore inerme, caducifólia, heliófila, dióica, resinífera, até 20 m de altura e 60 cm de DAP. Casca externa cinzenta a pardacenta, com ritidoma moderadamente espesso, muito dividido e descamante; casca interna róseo-avermelhada. Madeira muito dura, marrom ou castanha. Folhas alternas, imparipinadas, pilosas, com 7-15 folíolos de 3,5-8 x 2,5-3,5 cm. Inflorescências paniculadas, terminais ou axilares, glabras, purpúreas, com 15-35 cm de comprimento. Flores amarelo-esverdeadas, diclamídeas, pentâmeras, actinomorfas, unissexuais, 4-5 mm de comprimento. Frutos globosos ou ovoides, de 4-6 mm de diâmetro, com epicarpo membranáceo, rugoso, mesocarpo lacunoso, endocarpo duro e cálice persistente, funcionando como aparato de dispersão. Sementes piriformes, com tegumento membranáceo, branco-amarelado.
Ocorre na Argentina, Paraguai, Bolívia e Brasil, nas unidades federativas das regiões Sul, Centro-Oeste e Nordeste, em São Paulo, Minas Gerais e Tocantins. É encontrada em todo o Cerrado, em florestas estacionais subcaducifólias e caducifólias, florestas-galerias e cerradões.
Perde a folhagem na estação. Floresce em junho e agosto e apresenta frutos maduros em agosto e outubro. Adquire folhas novas de outubro a novembro. As flores são frequentadas por himenópteros, com destaque para abelhas, que são os seus polinizadores. Os frutos são dispersos pelo vento.
Fornece madeira de alta resistência e durabilidade, apropriada para uso em construção de casas, pontes, linhas de transmissão de energia, cercas, currais e para confecção de móveis, peças decorativas etc. A casca interna e as folhas possuem substância com propriedades cicatrizantes, anti-inflamatórias, anti-diarreicas e anti-ulcerativas. Os frutos entram na dieta de psitacídeos e as flores oferecem néctar e pólen aos seus visitantes. A espécie é indicada para arborização urbana e rural, recomposição de áreas desmatadas e para plantios com vistas à produção de madeira versátil, durável e de alto valor comercial.
É propagada por sementes, utilizando-se os frutos inteiros após a remoção do cálice. A semeadura deve ser feita em substrato argiloso-arenoso, logo após a colheita dos frutos, pelo fato de, normalmente, as sementes só se manterem viáveis por até 60 dias. Quando novas, as sementes apresentam taxas de germinação ao redor de 70%, com as plântulas demorando de 10 a 30 dias para emergir. Guedes et al. (2009) observaram que essas taxas e a velocidade de germinação são maiores quando imersas em ácido sulfúrico por 12 minutos. O crescimento das plântulas em viveiro e dos indivíduos juvenis no campo tem sido avaliado como moderado.
Os desmatamentos praticados nas áreas de ocorrência de M. urundeuva e a extração da sua madeira para fins comerciais dizimaram as principais as populações dessa espécie. Atualmente o seu corte em vegetação primária somente é permitido mediante Plano de Manejo de Rendimento Sustentado aprovado pelo IBAMA, conforme a Portaria 83-N∕91 desse órgão.