Didymopanax calvus (Cham.) Decne. & Planch.

Sinômimo: Schefflera calva (Cham.) Frodin & Fiaschi

Mandiocão, mandiocão-da-mata, caixeta, caixeteiro

Árvore inerme, perenifólia, heliófila, monoica ou dioica, com até 18 m de altura e 40 cm de DAP. Ritidoma estreito, cinza-escuro ou negro, superficialmente dividido e descamante; casca interna amarelo-clara, com veios mais escuros, emanando exsudato amarelado alguns minutos após ser talhada. Madeira leve, variando de amarelada a marrom. Copa umbeliforme, larga, relativamente densa. Folhas alterno-espiraladas, digitadas, tomentosas ou glabrescentes, com pecíolo de 20-30 cm de comprimento e 7-10 folíolos peciolulados, discolores, de 12-22 x 5-9 cm. Inflorescência paniculiforme, terminal, glabrescente, com 15-45 cm de comprimento, composta por umbelas e umbélulas.  Flores amareladas, diclamídeas, pentâmeras, actinomorfas, andróginas, ocasionalmente unissexuais (masculinas), com 5-7 mm de comprimento. Frutos (sub)globosos, purpúreos e suculentos  na maturação, com 8-11 mm de diâmetro e 2 sementes ligeiramente compressas, em endocarpos rijos.

Ocorre nos estados das regiões Sul e Sudeste e em Goiás e no Distrito Federal. É pouco frequente no Cerrado, onde somente é encontrada em florestas ribeirinhas vinculadas a terrenos encharcados.

Perde e adquire folhas durante todo o ano, floresce de dezembro a fevereiro e apresenta frutos maduros de maio a julho. As flores são frequentadas por moscas e abelhas, que são os seus mais prováveis polinizadores. Os frutos atraem tucanos e outras aves, além de macacos, que no conjunto devem ser os responsáveis pela dispersão das sementes.

Fornece madeira apropriada para confecção de forros, caixotes, urnas funerárias, molduras, tamancos, brinquedos e objetos similares. As flores oferecem pólen e néctar aos seus visitantes e os frutos entram na dieta de vários membros da fauna, tanto da arborícola quanto da terrestre. Trata-se de uma espécie altamente recomendável para arborização urbana e recomposição de áreas desmatadas em terrenos úmidos.

É propagada por sementes, que são postas para germinar sem serem retiradas do endocarpo (caroço). Este parece ser pouco permeável à água, pois mesmo quando são bem limpos e colocados em meio favorável a germinação das sementes é demorada, desuniforme e com altas taxas de insucesso.

S. calva tem distribuição relativamente ampla no Cerrado, é exclusiva de áreas de preservação permanente (florestas ribeirinhas) e está presnte em algumas unidades de conservação de proteção integral nesse bioma.

Superfície do ritidoma e cor da casca interna

Folha: face superior dos folíolos

Folha: face inferior dos folíolos

Frutos maduros e quase maduros

LITERATURA
CARVALHO, P.E.R. 2006. Espécies arbóreas brasileiras. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica; Colombo (PR): Embrapa Florestas, v. 2.
FIASCHI, P. 2006. Araliaceae. In: CAVALCANTI, T.B. (org.). Flora do Distrito Federal, Brasil. Brasília: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, v.5, p.29-41.
FIASCHI, P. & PIRANI, J.R.  2007. Estudo taxonômico do gênero Schefflera J.R. Forst & G. Forst. (Araliaceae) na região sudeste do Brasil Boletim de  Botânica da Universidade de São Paulo, v.25, n.1, p.95-142.
FIASCHI, P. & PIRANI, J.R.  2008. Padrões de distribuição geográfica das espécies de Schefflera J. R. Forst. & G. Forst. (Araliaceae) do Brasil extra-amazônico. Revista Brasileira de Botânica, v.31, n.4, p.633-644.
FIASCHI, P. & NERY, E.K. 2020. Araliaceae in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB606945>. Acesso em: 11 mar. 2023.
FIASCHI, P. et al. Araliaceae. 2007. In: MELHEN, T.S. et al. (eds.). Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. v.5, p.1-16.
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