Sinônimo:Schinopsis glabra (Engl.) F.A.Barkley & T.Mey.
Braúna, baraúna, aroeira
Árvore espinhosa, caducifólia, heliófila, monoica, resinífera, com até 20 m de altura e 50 cm de DAP; estruturas vegetativas e flores com odor, leve ou forte, de resina. Ritidoma cinzento a pardacento irregularmente dividido e descamante; casca interna amarelada a róseo-avermelhada. Madeira muito dura, castanha ou marrom. Râmulos roliços, cinzentos, com espinhos nas axilas de uma parte das folhas. Folhas alternas, imparipinadas; raque glabra ou ligeiramente pubescente, de 10-18 cm de comprimento; folíolos em número de 11-21, com 2-4 x 1-2,5 cm, opostos, (sub)sésseis, glabros na face adaxial e pilosos a glabrescentes na abaxial. Inflorescências paniculadas, glabras ou pilosas, com 10-15 cm de comprimento. Flores amarelo-claras a brancacentas, diclamídeas, pentâmeras, actinomorfas, masculinas e hermafroditas, com 3-4 mm de comprimento. Frutos assimétricos, monospermos, alados no ápice, de 2,5-3 cm de comprimento, com epicarpo membranáceo, quebradiço, mesocarpo esponjoso e endocarpo negro e rijo. Sementes obovoides a reniformes, rugosas, amareladas, com ± 14 x 8 mm.
Ocorre no Paraguai, Bolívia e Brasil, nas unidades federativas das regiões Centro-Oeste e Nordeste e em Minas Gerais e Tocantins. Predomina nas disjunções de florestas estacionais caducifólias do Cerrado, geralmente associadas a solos férteis relacionadas a ocorrências de calcário.
Apresenta-se sem folhas no período de julho a setembro. Floresce em maio, junho e entre outubro e dezembro, às vezes em anos alternados. Frutos maduros são mais encontrados entre agosto e novembro. As flores são frequentadas por himenópteros, com destaque para abelhas, que são as responsáveis pela polinização. Os frutos são dispersos pelo vento, a curta distância.
Fornece madeira dura, pesada e de grande resistência a agentes decompositores, sendo ideal para construção de casas, currais, cercas, pontes e linhas de transmissão de energia, bem como para confecção de móveis, peças decorativas, coxos. A casca contém altos teores e uma série de substâncias com propriedades consideradas cicatrizantes, anti-inflamatórias e anti-diarreicas . Os frutos verdoengos entram na dieta de psitacídeos, as flores fornecem pólen e néctar aos seus visitantes, o tronco e os galhos exsudam uma goma que é consumida por pequenos primatas. A espécie pode ser utilizada em arborização urbana e rural, recomposição de áreas desmatadas e plantios destinados à produção de madeira dura, versátil e de alto valor comercial.
É propagada por meio de sementes, que são postas para germinar dentro do endocarpo (‘caroço’), após a remoção do epicarpo e do mesocarpo. Como em condições normais o endocarpo é pouco impermeável à água, as sementes demoram para germinar, germinam de forma errática e apresentam baixos índices de germinação. A técnica mais adotada para contornar essas dificuldades em condições de viveiro tem consistido em romper os endocarpos com lixa ou um objeto cortante, ou em fervê-los inteiros em água por 1-2 minutos, semeando-os em seguida em areia úmida ou em substrato organo-arenoso. Com esses procedimentos as sementes germinam num prazo de 20-40 dias e atinge taxas de germinação ao redor de 60%. O desenvolvimento das plântulas em viveiro tem sido reportado como lento a moderado.
Os desmatamentos praticados nas áreas de ocorrência de S. brasiliensis e a extração da sua madeira para fins comerciais dizimaram as principais as populações dessa espécie. Atualmente o seu corte em vegetação primária somente é permitido mediante Plano de Manejo de Rendimento Sustentado aprovado pelo IBAMA, conforme a Portaria 83-N∕91 desse órgão.
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