Umbu, umbuzeiro, imbu, imbuzeiro
Árvore inerme caducifólia, heliófila, andromonoica, resinífera, até 8 m de altura e 40 cm de próximo à base; com tronco curto, copa larga, densa e sistema radicular profuso, com nodosidade aquosas similares a grandes batatas. Ritidoma cinzento a pardacento, liso com fissuras ou desprendendo-se em placas sub-retangulares; casca interna avermelhada, resinosa. Madeira leve, variando de amarelada a marrom-clara. Folhas alternas, imparipinadas, glabras ou discretamente pilosas, com 5-9 folíolos de 3-6 x 2-4 cm. Inflorescências paniculadas, terminais, glabras ou pilosas, 10-15 cm de comprimento, com flores hermafroditas e masculinas. Flores brancas ou branco-amareladas, diclamídeas, pentâmeras,perfumadas, com 6-8 mm de diâmetro, . Frutos (sub)globosos, monospermos, verde-amarelados e suculentos quando maduros, com 1,5-3 cm de comprimento. Semente alvacenta alojada em um endocarpo rijo, com orifícios na extremidade apical e mais ou menos a metade do tamanho do fruto.
É um elemento típico do bioma Caatinga, ocorrendo do Piauí até o norte de Minas Gerais. Ocorre também em alguns enclaves de ‘caatinga arbórea’ no Cerrado, na faixa de transição entre esses dois biomas.
Perde a folhagem na estação seca. Floresce entre agosto e dezembro, quando está sem folhas ou já adquiriu folhagem nova. Normalmente, a maturação dos frutos se estende de dezembro a fevereiro. As flores são frequentadas por diversos grupos de insetos, mas polinizadas apenas por abelhas e vespas. Os frutos são dispersos por morcegos, aves, primatas e alguns mamíferos terrestres.
A madeira dos indivíduos mortos naturalmente ou por incêndios fortuitos é usada localmente em confecção de caixotes, esculturas, brinquedos e objetos similares. Os frutos são apreciados pelo homem, que os consomem in natura e na forma de suco, doce, sorvete e ‘umbuzada’ (frutos esmagados e misturados com leite); bem como por aves, morcegos, primatas e mamíferos terrestres. As nodosidades ou túberas (ou “cunangas”) também são aproveitadas como alimento. A flores fornecem néctar e pólen aos seus visitantes. As folhas e a casca do tronco e a das raízes são utilizadas na fitoterapia popular contra infecções, desarranjos intestinais e inflamações. A espécie é indicada para arborização de pastagens e de cidades, formação de pomares de fruteiras nativas e recomposição de áreas desmatadas. Suas mudas podem ser usada como porta-enxerto para outras espécies de Spondias.
Pode ser propagada por sementes, colocando-as para germinar nos endocarpos, que antes de serem semeados devem estar completamente livres da massa que os envolvem. Plantas mais precoces podem ser obtidas por meio de mudas formadas a partir de estacas de 50 a 150 cm de comprimento, retiradas de ramos com 2 a 10 cm de diâmetro. Para obter plantas com menor porte e precoces, pode-se fazer enxertia em porta-enxertos do próprio umbuzeiro ou de cajazeira (Spondias mombin), cajá-manga (S. dulcis) ou ciriguela (S. purpurea).
O umbuzeiro corre em poucas localidades da área de abrangência do Cerrado, aonde subsiste em remanescente florestais pequenos, sujeitos a incêndios e invasões de gado. Por outro lado, existem muito camponeses empenhados na perpetuação dessa espécie nas suas áreas de ocorrência, preservando-a e muitas vezes plantando-a em suas propriedades.
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Indivíduo em floresta estacional caducifólia convertida em pastagem. São Félix do Coribe (BA), 21-10-2006. Autor: Gabriel Damasco do Vale
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Inflorescência em ramo com folhas novas. São Félix do Coribe (BA), 21-10-2006. Autor: Gabriel Damasco do Vale
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Frutos de indivíduo plantado. Taguatinga do Tocantins (TO), 08-02-2018