Trigynaea oblongifolia Schltdl.

Embira, embira-branca, conduru

Árvore inerme, monóica, subaducifólia, até 10 m de altura e 20 cm de DAP. Tronco reto, tendendo a cilíndrico. Ritidoma pardacento, irregularmente sulcado e fissuradoa; casca interna alva, fibrosa. Madeira branco-amarelada, leve. Folhas simples, alternas, glabras, lustrosas, 6-12 x 2,5-3,5 cm. Flores supraxilares, brancas, andróginas, diclamídeas, actinomorfas, perfumadas, com 2-3 cm de compr. Fruto com 1-2 monocarpos (sub)globosos, polispermos, irregularmente deiscentes, com 3-3,5 x 2,5-3 cm. Sementes marrons, brilhosas, assimétricas a obovoides, com 15-22 x 8-12 mm.

Citada por Lopes, Silva e Mello-Silva (Flora e Funga do Brasil, 2024) apenas para a Mata Atlântica da região Sudeste brasileira, mas foi registrada em algumas áreas do Vale do Rio Paranã, em Goiás. Seus habitats nessa região são as florestas estacionais caducifólias vinculadas a afloramentos de calcário.

Perde parte da folhagem na estação seca. Floresce de outubro a dezembro e apresenta frutos maduros em abril e maio. As flores são frequentadas por abelhas e besouros, sendo estes os seus mais prováveis polinizadores. As sementes permanecem vários dias nos frutos abertos, sugerindo que existem aves que as apanham e dispersam.

Fornece madeira utilizável como caibro e escora e em confecção de caixotes, molduras e forros. As sementes parecem servir de alimento para aves e mamíferos arborícolas e terrestres. As árvores reúnem características que as tornam apropriadas para arborização urbana e rural, e recomposição de áreas desmatadas.

É multiplicada por sementes, que aparentemente demoram para germinar e apresentam baixas taxas de germinação. É provável que esses índices possam melhorados mediante tratamento das sementes com solução de ácido giberélico. Algumas evidências indicam que o crescimento das plântulas é moderado.

T. oblongifolia foi encontrada em apenas três remanescentes florestais no Cerrado, todos muito reduzidos, alterados e sujeitos incêndios e invasões de gado. Atualmente ela está na Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (Portaria do MMA n° 443, de17/12-2014), na categoria em perigo de extinção.

Indivíduos oriundos de brotação de toco de árvore derrubada para formação de pastagem. Mambaí (GO), 01-04-2004

Superfície do ritidoma e cor da casca interna, Mambaí (GO), 01-04-2004

Botões florais, flores e folhas. Mambaí (GO), 25-11-2009

Frutos (carpídios) imaturos. Mambaí (GO), 23-03-2010

Frutos (carpídio) maduro expondo as sementes. Mambaí (GO), 31-04-2010

LITERATURA
JONHSON, D.M. & MURRAY, N.A. 1995. Synopsis of the Tribe Bocageeae (Annonaceae), with revisions of Cardiopetalum, Froesiodendron, Trigynaea, Bocagea, and HornschuchiaBrittonia, v.47, n.3, p.248-319.
Lopes, J.C.; Silva, L.V.; Mello-Silva, R. (in memoriam) Trigynaea in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB110537>. Acesso em: 07 mai. 2024.
MAAS, P.J.M. et al. 2002. Annonaceae from Central-eastern Brazil. Rodriguésia, v.52, n.1, p.61-94.
MMA – Ministério do Meio Ambiente. 2014. Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção, (Portaria MMA no 443, de 17-12-2014).
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