Clusia gardneri Planch. & Triana

Criúva

Em construção

 

Árvore (a mais alta no centro da foto) em floresta ribeirinha. Cavalcante (GO)

Superfície do ritidoma e cor da casca interna. Cavalcante (GO)

Flor. Cavalcante (GO)

Frutos imaturos. Alto Paraíso de Goiás (GO)

LITERATURA
CARMO, R.M.; FRANCESCHINELLI, E.V. 2002. Polinização e biologia floral de Clusia arrudae Planchon & Triana (Clusiaceae) na Serra da Calçada, município de Brumadinho, MG. Revista Brasileira de Botânica v.25, n.3, p.351-360.
Nascimento Jr, J.E.; Alencar, A.C. Clusia in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB28292>. Acesso em: 23 fev. 2023.

 

Rascunho:

Árvore heliófila a semi-esciófila, até 10m de altura; látex branco. Tronco reto ou curvo, levemente cônico e por vezes longo, até 40cm de DAP. Casca moderadamente espessa; ritidoma pardacento a cinzentos íntegro ou superficialmente dividido e descamante, quase sempre com colônias esbranquiçadas de liquens; casca viva vermelho-escura. Madeira moderadamente pesada; cerne branco encardido a amarelado. Copa subglobosa ou assimétrica, geralmente larga e densa. Râmulos cinzentos, espessos, rugosos, glabros. Folhas glabras; pecíolo com 1,5-2cm de compr.; lâmina discolor, espessa, coriácea, geralmente obovada, com 8-15 x 5-7cm, base cuneada, ápice obtuso a arredondado, nervura principal parcialmente saliente na face superior e totalmente na inferior, nervuras secundárias finas, imersas no mesofilo. Inflorescência na maioria das vezes com 1-3 flores; brácteas e bractéolas pequenas, decíduas. Flores curto-pediceladas, com 2,5-3cm de diâm.; cálice com 5-6 sépalas membranáceas; pétalas com a metade superior branca e a metade inferior vinácea;  flores masculinas com numerosos estames dotados de anteras pegajosas e com pistilódio provido de estigmas; flores femininas com ovário grande, circundado por diversos estaminódios. Frutos elipsóides, levemente sulcados, glabros, amarelados na maturação, com 2,5-3,5 x 1,8-2,5cm e com vestígios dos estigmas no ápice. Sementes oblongóides, escuras, com 3-4mm de compr.; arilo avermelhado.

É considerada endêmica do Estado de Goiás e restrita à Chapada dos Veadeiros, mas aparentemente ocorre também nas áreas de maior altitude do sul do estado do Tocantins. Os seus habitats são as florestas-galerias dos cursos d’água que percorrem superfícies rochosas, geralmente situadas acima de 1.000m de altitude. As suas principais populações estão localizadas no polígono formado pelos municípios de Alto Paraiso de Goiás, Teresina de Goiás e Cavalcante, seguindo em parte a área de maior concentração de C. burchellii.

Perde e adquire folhas durante todo o ano. Foi registrada com flores em julho, com flores e frutos imaturos em outubro, com somente frutos imaturos em janeiro e com frutos maduros em setembro e outubro, indicando que se reproduz durante um longo período ou que tem fenologia reprodutiva assincrônica.

As flores são frequentadas por besouros e abelhas silvestres. Estas são mais constantes e aparentemente são atraidas pela resina produzida pelas flores. Estudos sobre biologia reprodutiva em Clusia (BITTRICH 1994; CARMO e  FRANCESCHINELLI, 2002; CORREIA 1983 e 1993), evidenciaram que algumas espécies desse gênero são polinizadas por abelhas e outras por besouros. As sementes são dispersas por pássaros que se alimentam de arilo.

1) Madeira: usada esporadicamente em construção de cercas, como lenha e em confecção de alguns tipos de utensílios domésticos. 2) Flores: fonte de recursos para insetos. 3) Frutos: fonte de alimento para pássaros. 4) Espécie: arborização urbana e rural; recomposição de áreas alteradas em florestas-galerias.

Nota: C. gardneri, a exemplo de C. burchellii e C. criuva, possui flores e folhagem decorativas. Alguns viveiristas regionais já têm conhecimento dos seus atributos, mas ainda não começaram a produzir mudas para comercialização.

Retirar sementes de frutos abertos ou em vias de se abirem. Colocá-las em uma peneira de malha fina, lavá-las com água corrente e secá-las à sombra. Distribuí-las em canteiros preparados com terra argilo-arenosa misturada com esterco curtido na proporção de 2:1. Manter os canteiros sob sombreamento parcial e sempre úmidos. Transferir as plântulas com 3-4cm de altura para recipientes com 20 x 15cm, contendo o mesmo tipo de substrato. Plantar as mudas em áreas ensolaradas ou parcialmente sombreadas que, preferencialmente, tenham solos similares aos dos seus habitats.

Nota: É provável que C. gardneri possa ser propagada também por via vegetativa, pelo método descrito para C. burchellii.

C. gardneri tem distribuição restrita na Região Geoeconômica de Brasília, mas ocorre em áreas de preservação permanente (florestas-galerias) e conta com populações em uma unidade de conservação de proteção integral.

 

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