Cidreira-do-mato, limãozinho, chá-de-soldado, chá-de-bugre
Árvore inerme, perenifólia, ciófila a semi-esciófila, dioica, até 4 m de altura e 15 cm de diâmetro a 30 cm da superfície do solo; frequentemente apresentando-se com porte arbustivo. Casca moderadamente espessa; ritidoma estreito, cinzento, irregularmente dividido e descamante. Madeira leve; cerne creme a marrom-claro. Folhas simples, opostas, glabras, aromáticas; pecíolo de 1-2 cm de comprimento, expandido na base, formando uma bainha que se funde com a da folha do lado oposto; lâmina coriácea a carnosa, obovada a elíptica, de margem serreada, com 8-14 x 3-6 cm. Inflorescências unissexuais, axilares ou terminais; inflorescências masculinas amarelas, formadas por 1 a 8 espigas multifloras, com flores diminutas, uni-estaminadas, com antera rimosa; inflorescências femininas esverdeadas, paniculiformes, paucifloras, com flores trígonas, envolvidas por brácteas carnosas unidas na base, encimadas pelos lobos do cálice, com estigma lobado. Frutos globosos ou trígonos, monospermos, com 4-6 mm de comprimento, parcialmente envolvido pelas brácteas carnosas, branco-amareladas. Sementes castanho-escuras, elipsoides ou trígonas, com 2-3 mm de comprimento.
Ocorre no Paraguai, Bolívia, Colômbia e no Brasil, nas unidades federativas das regiões Centro-Oeste e Sudeste e nos estados do Pará, Tocantins, Bahia, Paraná e Santa Catarina, em vários tipos de formações florestais. No Cerrado é um dos elementos típicos das florestas ribeirinhas vinculadas a superfície encharcadas, sendo frequente e às vezes bastante abundante nesse tipo de vegetação.
Floresce entre dezembro e abril e em alguns outros meses do ano, com os frutos amadurecendo entre 2 e 3 meses após a floração. As flores femininas são frequentadas por abelhas silvestres de pequeno porte, enquanto as inflorescências masculinas são visitadas por abelhas pequenas e grandes. As sementes são dispersas por aves.
A madeira de H. brasilense é eventualmente utilizada para confeccionar pequenas esculturas e caixinhas para doces. As folhas são usadas na fitoterapia popular, como analgésico, anti-térmico, ansiolítico, diurético, tonificante, estomático etc. Um estudo realizado por Trentin et al. (1999) confirmou as propriedades analgésicas atribuídas a essas folhas, enquanto um estudo conduzido por Kirchner et al. (2010) revelou que o óleo essencial da casca do caule e das folhas dessa espécie possui alta atividade contra bactérias gram-positivas e fungos.As flores produzem pólen e néctar, que são aproveitados por abelhas. Os frutos entra na dieta de aves. A espécie é indicada para plantio em jardins, arborização de margem de lagos e, principalmente, para recomposição de áreas desmatadas em terrenos encharcados.
A produção de mudas é feita por meio de sementes recém-retiradas de frutos maduros, lavadas, secas à sombra e postas para germinar em sementeiras sombreadas, com substrato rico em matéria orgânica. A cobertura das sementes deve constar de uma tênue camada de substrato e as regas devem ser por pulverização de gotículas. A germinação ocorre num prazo de 30-40 dias e o desenvolvimento das plântulas é relativamente rápido.
H. brasiliense possui ampla dispersão no Cerrado, é exclusiva de florestas ribeirnhas e está presente em diversas unidades de conservação de proteção integral nesse bioma. Suas folhas são objeto de extrativismo, mas em pequena escala.
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Ramos com inflorescências masculinas. Uberlândia (MG), 27-03-2016
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Ramo com inflorescências femininas. Uberlândia (MG), 27-03-2016
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Ramos com infrutescências. Uberlândia (MG), 05-06-2017