Maminha-de-porca, mamica-de-porca, tamanqueira
Árvores aculeadas no tronco, ramos e folhas, subcaducifólias, heliófilas a semi-esciófilas, dioicas, de até 8 m de altura e 15 cm de DAP. Madeira moderadamente pesada; cerne variando de pardo-amarelado a marrom-claro . Ritidoma na maioria das vezes estreito e variando de íntegro a moderadamente dividido. Râmulos cinzentos, roliços e pubescentes . Folhas alternas, pinadas, paripinadas ou imparipinadas, glabras a pilosas, com 5-15 pares de folíolos; raque + pecíolo de 8-22 cm de comprimento; folíolos opostos, curto-peciolulados, oblongos a elípticos, cartáceos, discolores, com glândulas oleíferas, odoríferos, de margem serreada e 2-3 x 3-8 cm. Inflorescências terminais e subterminais, piramidais, muito ramificadas, pilosas, de 5-20 cm de comprimento, com flores unissexuadas ou andróginas. Flores creme-esverdeadas, curto-pediceladas, diclamídeas, pentâmeras, actinomorfas, perfumadas, unissexuais, de ± 5 mm de comprimento; sépalas e pétalas agudas, livres; flor masculina com 5 estames exsertos e um pistilódio; flor feminina com ovário súpero e 5 estaminódios. Fruto (sub)globoso, seco, deiscente, monospermo, recoberto por glândulas salientes, odorífero, de 4-6 mm de diâmetro. Semente (sub)globosa), de 3-4 mm de diâmetro, com tegumento negro, brilhante, liso e rijo, e hilo linear.
Distribui-se do México ao norte da Argentina e o sul do Brasil, através dos países da América Central e do norte e centro da América do Sul. Ocorre em todas as unidades federativas do Brasil, em vários tipos de formações florestas e em uma ampla faixa altitudinal. É encontrada em todas as partes da área de abrangência do Cerrado, em florestas perenifólias, subcaducifólias e caducifólias, e em florestas ribeirinhas associadas a solos bem drenados e cerradões.
A maioria dos indivíduos floresce entre outubro e março e apresenta frutos maduros entre fevereiro e junho. As flores são frequentadas por lepidópteros e himenópteros, com nítida predominância de abelhas. As sementes são dispersas por pássaros.
A madeira de Z. rhoifolium é apropriada, e às vezes é usada, para confecção de ripas, tábuas para forros, móveis, caixotes, toneis, molduras, remos, cabos de ferramentas, tamancos e formas para calçados, entre outros artefatos. As flores são fonte de néctar e pólen para abelhas. Os frutos verdoengos e as sementes entram na dieta de diversas espécies de pássaros. A casca do tronco é usada na fitoterapia popular, contra dores de dente e ouvido, e teve as suas propriedades analgésicas comprovadas por meio do estudo de Pereira et al. 2010. As folhas também foram objeto de estudos fitoquímicos e farmacológicos, com Silva et al. (2007) constatando que o óleo volátil nelas existente atua contra células tumorais, Peneluc et al. (2009) verificando que o extrato aquoso das folhas apresenta atividade anti-helmíntica em ovinos e Christofoli et al. (2015) observando que esse óleo possui substâncias que agem contra o inseto-praga Bemisia tabaci. A espécie gera indivíduos com atributos que a tornam indicada para arborização urbana e recomposição de áreas desmatadas.
No processo de formação de mudas, deve-se utilizar sementes retiradas de frutos recém-abertos, lavadas, mantidas em água à temperatura ambiente por 24 horas e secas à sombra. A semeadura pode ser realizada em sementeiras, para posterior repicagem das plântulas, ou em recipientes de ± 20 x 10 cm. O substrato pode ser uma mistura de terra argilo-arenosa com esterco curtido, na proporção de 1:1 e o ambiente deve ser parcialmente sombreado.
A. rhoifolium ocorre em ambientes preferenciais para atividades agropastoris e extração de madeira, atualmente muito fragmentados e sujeitos a incêndios e invasões de gado, mas distribui-se por toda área de abrangência do Cerrado e possui populações em muitas áreas de preservação permanente (florestas ribeirinhas) e em unidades de preservação de proteção integral.

Superfície do ritidoma e morfologia dos acúleos do tronco. Brasília (DF), 10-04-2013

Inflorescências. Campo Florido (MG), 20-07-2016

Infrutescência com frutos maduros., Brasília (DF), 10-04-2013